RELAÇÃO SOCIAL


Por “relação” social entendemos o comportamento reciprocamente referido quanto a seu conteúdo de sentido por uma pluralidade de agentes que se orienta por essa referência. A relação social consiste, portanto, completa e exclusivamente na probabilidade de que se aja socialmente numa forma indicável (pelo sentido), não importando, por enquanto, em que se baseia essa probabilidade.

Não se afirma de modo algum que, no caso concreto, os participantes da ação reciprocamente referida ponham o mesmo sentido na relação social ou se adaptem internamente, quanto ao sentido, à atitude do parceiro, que exista, portanto, “reciprocidade” neste sentido da palavra. “Amizade”, “amor”, “piedade”, “fidelidade contratual”, “sentimento de solidariedade nacional”, de um lado, podem encontrar-se do outro lado, com atividades completamente diferentes. Nesse caso, os participantes ligam a suas ações um sentido diverso: a relação é, assim, por ambos os lados, objetivamente “unilateral”. Mas mesmo nessas condições há reciprocidade, na medida em que o agente pressupõe determinada atitude do parceiro perante a própria pessoa (pressuposto talvez completa ou parcialmente errôneo) e orienta por essa expectativa sua ação, o que pode ter, e na maioria das vezes terá, conseqüências para o curso da ação e a forma da relação. Naturalmente, esta é apenas objetivamente “bilateral” quando há “correspondências” quanto ao conteúdo do sentido, segundo as expectativas médias de cada um dos participantes. Por exemplo, quando, diante da atitude do pai, o filho mostra, pelo menos aproximadamente a atitude que o pai (no caso concreto, em média ou tipicamente) espera. Uma relação social baseada plena e inteiramente, quanto ao sentido, em atitudes correspondentes por ambos os lados é na realidade um caso-limite. Por outro lado a ausência de bilateralidade somente exclui segundo nossa terminologia, a existência de uma “relação social” quando tenha conseqüência: que falte de fato uma referência recíproca das ações para ambas as partes. Transições de todas as espécies constituem aqui, como sempre na realidade, a regra e não a exceção.

WEBER, Max. Economia e Sociedade, Brasília, Ed. Universidade Brasília, 2000, p. 16-7.

Comentários

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  2. Sociologia e cultura...
    Na sociedade moderna há espaço para qualquer tipo de cultura:romantismo, religião, poetas, etc.
    http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/1713.pdf

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  3. As relações socias entres os homem são definidas entre si, a sociedades define as "regras" que devemos seguir e respeitar, ideias, cultura, religião, etnias etc.
    Se não respeitamos as "regras" poderemos sofrer as consequencia dos homens.

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  4. As Relações sociais baseam-se unicamente no comportamento reciproco esse é o ponta pé para termos uma boa colocação na sociedade,ñ é necessariamente cheia de boas intençoes mas sim um caso de adaptação tudo depende das atitudes que são tomadas,tambem é constituida por regras e limites que nos são apreseentados desde o começo de nossa existencia para que haja a formação do individuo.As relações sociais são estabelecidas pelos homens para a sua existencia na sociedade isso rende para o homem novas forcas produtivas e isso muda totalmente a maneira de se ganha a vida alterando as relações,desenvolvimento e evolução*_*

    Édna Almeida Motta
    E.E.B Cassimiro de Abreu
    Série:segundo ano 2-2
    Ensino Médio
    Trabalho de Sociologia
    Professor:José Antunes

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